16 de maio de 2012

Fanfic Sedução - @Marla_Chenobil (capítulo 2)

CAPÍTULO 2

Edward começou a andar pela pequena sala, que era isolada do resto dos escritórios.
- Se você não está gostando do seu trabalho, então só pode culpar a si mesma. Vá ficando por aqui até que outro emprego em jardinagem apareça.
- Eu não estou procurando outro emprego em jardinagem.  - Bella mentiu. Já havia procurado, mas não havia nenhum disponível em Seattle.
- Então tente se integrar neste ambiemte, Bella. Eu não quero ofendê-la com o que irei falar...
- Então não fale!  - Bella o encarou com olhos suplicantes.
Bella sabia que Edward era o tipo de pessoa sem tolerância para qualquer um. Lembrou do que Esme lhe falou a respeito do filho, pouco antes de se mudar para Seattle: “Ele pode ser um pouco assustador.” Mas até começar a trabalhar para ele, não imaginaria o quanto. Havia pouco contato direto com Edward, porque a maior parte de seu trabalho vinha através de Tânia, que estava sempre lhe sorrindo e apontava seus erros com gentileza.
Mesmo Bella pedindo para ele não falar, Edward parou direto à sua frente e continuou:
- Você não pode ser um avestruz, Bella. Se tivesse tirado sua cabeça do chão, teria visto que nos últimos 2 anos o Centro de Jardinagem de Forks estava demitindo seus funcionários. Você poderia ter procurado outro emprego, em vez de esperar a derrota.  - Edward lhe disse rudimente.  - Mas não importa. Você está aqui, e está recebendo um bom salário mesmo sem se interessar por absolutamente nada, não é verdade?
Um brilho raro de revolta surgiu nos olhos de Bella, e ela comprimiu os lábios.
- Eu tentarei me dedicar mais.  - ela murmurou.
- Sim, e pode começar com a escolha de suas roupas.  - disse Edward.
- Como assim?
- Estou lhe dizendo isso para seu próprio bem. Sua escolha de roupas não combina com alguém trabalhando nestes escritórios. Olhe ao seu redor... Vê mais alguém vestida em longas saias e blusas largas?
Bella se viu envolvida numa onda de raiva e vergonha. Ficou se perguntando como podia achar alguém tão atraente e detestá-lo tanto ao mesmo tempo. Como podia ter nutrido uma paixão por esse homem durante todos esses anos?
Quando Esme foi morar em sua casa, Bella tivera a chance de ver Edward quando ele visitava a mãe. E ele sempre a ignorava, como se ela não existisse, mas mesmo assim nunca deixou de ser apaixonada por ele. Bella era invisível para Edward, um corpo sem formas, seios pequenos. Mas ele sempre foi educado, mesmo não notando a passagem dela de menina para mulher. Mas agora, o comentário dele sobre suas roupas passava dos limites.
- Sinto-me confortável nestas roupas.  - Bella disse com voz trêmula.  - E sei que você está fazendo um enorme favor em me empregar, mesmo eu não tendo talento para o trabalho de escritório, mas não entendo por que não posso vestir o que quiser. Ninguém importante me vê, eu não participo de reuniões.
Bella se levantou e continuou a falar:
- Se você não se importa, eu gostaria de ir embora agora. Tenho um encontro importante, então, se me der licença...
- Um encontro? Você tem um encontro romântico?  - Edward falou espantado.
- Não há necessidade de ficar tão surpreso.  - Bella disse andando em direção à porta.
- Renee sabe disso?  - perguntou Edward, enquanto observava Bella.
- Minha mãe não precisa saber de cada passo que eu dou!  - Bella sentiu culpa ao dizer isto.
Renee teria um ataque se soubesse que sua filhinha ia jantar com um homem que conhecera num bar quando saíra com as colegas. Não entenderia que as coisas eram assim na cidade grande, e com certeza não entenderia o quanto aquele encontro era importante para Bella.
- Espere, espere... não precisa ter pressa, Bella.  - Ele a pegou pelo braço e a virou, de modo que Bella o encarasse.
- Certo, eu chegarei bem cedinho amanhã, não se preocupe... embora seja sábado... -  Bella falou desanimada.
Para Bella, sentir os dedos de Edward pressionando-lhe o braço, mesmo que através do casaco, começava a fazê-la transpirar de nervoso, e agora mais do que nunca, ela queria aquele encontro romântico. Não aguentava mais o jeito como seu corpo reagia a Edward. E Bella continuou:
- Mas realmente preciso ir agora, ainda tenho que passar no meu apartamento e não quero me atrasar para o Mike.
- Mike? Esse é o nome do homem?  - Edward a soltou.
De repente ele ficou curioso em relação à vida pessoal de Bella. Não achava que ela tivesse uma. Na verdade, não tinha pensado em nada sobre ela, apesar das frequentes perguntas que sua mãe lhe fazia toda vez que ligava, questionando se Bella estava bem. Edward lhe deu um emprego e pagava-lhe um bom salário, o que mais ele tinha que fazer? Ele considerava seu dever cumprido.
- Sim. Mike Newton.  - Bella confirmou.
- E a quanto tempo vocês se conhecem?
- Não vejo como isso pode ser da sua conta.  - murmurou Bella com ousadia, seguindo em direção ao elevador.
- Não é da minha conta? Eu ouvi isso direito?  - Edward falou, seguindo-a
- Sim, ouviu. O que faço fora do horário de trabalho não lhe diz respeito.
- Eu gostaria de poder concordar, mas goste ou não, tenho uma responsabilidade em relação a você.
-Por causa de um favor que meus pais fizeram para Esme 8 anos atrás? Isso é loucura...  - Bella falou, enquanto apertava o botão chamando o elevador.  - E minha mãe ficaria muito chateada se soubesse que estou em Seattle sendo um fardo para você.
Bella mentiu. Sua mãe se preocupava com ela e teria adorado saber que Edward se preocupava com o bem-estar de sua filhinha.
O elevador chegou e ela olhou para Edward, assustada, quando ele a seguiu para dentro.
- O que você está fazendo?
- Estou descendo no elevador com você.  - Edward lhe respondeu calmamente.
- Mas você não pode!
- Por que não?
- Você precisa trabalhar. Acabou de me falar sobre o prazo curto para aquela negociação... - ela respondeu.
Bella ia apertar o botão para o térreo, mas Edward foi mais rápido. Ela perguntou:
- Porque você apertou o botão que vai para o subsolo?
- Porque meu carro está lá, e eu vou te dar uma carona até sua casa.
- Está louco?  - Bella perguntou incrédula.
- Ouça, você quer a verdade?
Bella, já tendo ouvido muitas verdades desagradáveis dele, não queria ouvir mais uma, mas sua boca se recusou a funcionar.
- Falei com minha mãe no telefone, ontem. Segundo ela, eu não tenho mostrado interesse suficiente nas suas atividades desde que você chegou aqui.  - Edward disse.
- Eu não acredito em você.
Era verdade. Esme adorava Bella e ficou indignada quando o filho disse que não tinha a menor ideia do que Bella fazia fora do trabalho. Esme passou então a cobrar de Edward que desse mais atenção à ela. Como Edward amava muito sua mãe, ouviu seu questionamento em silêncio.
As portas do elevador se abriaram e Edward foi conduzindo Bella em direção ao seu carro.
- Bem, é melhor acreditar. Minha mãe disse que Renee está preocupada. Diz que você parece infeliz.  - comentou Edward.  - Agora entre no carro e me diga onde você mora.
Bella sabia que Edward era persistente, então não resistiu em lhe dar seu endereço. Enquanto ele mexia no seu GPS dando instruções do endereço, Bella ficou pasma ao saber o que sua mãe achava dela, não queria que ela se preocupasse.
- Mas eu não quero que você se interesse por mim!  - Bella praticamente gritou.
- Eu não estou interessado em você.  - ele disse.  - Estou tentando lhe oferecer projetos mais interessantes. Algo que a tire da sala dos fundos. E quem sabe você pareça mais feliz para sua mãe na próxima vez que a visitar. Então, comece a pensar sobre a questão das suas roupas.
- Certo, eu pensarei...  - Bella apenas disse isso para acabar com a conversa desagradável.
- E pode me xingar a vontade, mas vou levá-la para sua casa, porque quero saber mais sobre esse seu encontro romântico, e ter certeza de que você não está prestes a pôr sua vida em risco com algum cafajeste.  - Edward foi categórico.  - Não quero minha mãe no meu encalço, me culpando porque você se meteu em encrencas.
Bella teve vontade de abrir um buraco no banco de couro do carro e fugir para outra cidade, pois nunca se sentiu tão humilhada na vida.
- Posso cuidar de mim mesma. Eu não vou me meter em encrencas.  - Bella lhe respondeu.
- É claro que você não contou para sua mãe sobre esse encontro.  - afirmou Edward.  - O que me leva a pensar que talvez tenha vergonha dele. Estou certo?
- Eu não contei nada para minha mãe porque acabei de conhecê-lo.
Edward notou que ela não confirmou nem negou que tinha vergonha do homem. Seria ele casado?
- Ele é casado? Você pode me contar, embora não espere que eu lhe dê minha benção, porque desaprovo qualquer tipo de envolvimento com pessoas casadas.
Bella virou o rosto diante do desprezo na voz dele. Quem Edward pensava que era? Um exemplo de moralidade? Em seguida ela disse:
- Não acho que você tem o direito de desaprovar qualquer coisa.
- Não entendi!  - falou Edward.
- Eu te explico... Recebi a tarefa de comprar presentes de despedidas para todas as suas mulheres descartadas.  - Bella o lembrou.  - Flores, joias, férias caras... o que há de tão bom em ter tantos relacionamentos insignificantes? Então, como pode pregar sobre homens casados quando você não vê problema em sair com diversas mulheres, sabendo que não tem intenção de se envolver com elas?
Edward se sentiu ofendido por ela ousar dar opniões sobre sua vida privada.
- Desde quando prazer é insignificante?  - Edward disse, contendo sua raiva.  - Mas você ainda não me respondeu se esse tal de Mike é casado.
- Claro que ele não é casado! Ele é uma ótima pessoa. Na verdade, irá me levar para jantar num restaurante caro... o San Giovanni. Mike disse que o lugar é famoso. Obviamente você já deve ter ouvido falar.  - respodeu Bella.
É claro que ele já ouvira falar no restaurante, o qual era frequentado pelos ricos e famosos. Então, o que Bella teria que atrairia alguém que pudesse levá-la lá? Bella era uma garota sem estilo, certamente não era o tipo que chamasse a atenção dos homens. Mas na verdade, havia alguma coisa sobre ela sim, a ingenuidade. Uma virtude que com certeza seduziria qualquer homem. Edward não gostou de pensar nisso. A doce Bella poderia ser vista como uma mulher perfeita para ser corrompida. A curiosidade o dominou. Edward agiu no calor do momento, oferecendo-lhe uma carona, e deveria voltar para o escritório a fim de terminar alguns relatórios e enviá-los por e-mail. Mas, agora, o trabalho poderia esperar. Afinal, sua mãe não lhe deu a missão para cuidar de Bella?
- Eu vou te levar até o restaurante. E antes que você diga qualquer coisa...  - Edward sorriu com sarcasmo.  - ... não precisa me agradecer.

(...)

Quando chegaram ao apartamento de Bella, ela lhe serviu um café e foi se arrumar. Edward sentou-se e esperou por um longo tempo. Nada surpreendente. Em suas experiências com as mulheres, sabia que elas demoravam uma eternidade.
Enquanto isso, ele passou a observar o apartamento em que Bella morava. Ele não gostou do que viu, nada contra apartamentos de um quarto, mas sim pela espelunca que era. As paredes tinham sinais de umidade, o aquecedor era antigo e funcionava mal, as janelas também eram antigas e suas madeiras estavam tão podres que o vento gelado atravessava por elas. Sentiu-se enojado pelo proprietário, que certamente devia cobrar o aluguel caro a jovens inexperientes como Bella, e logo pensou se deveria saber mais sobre o sujeito. Edward estava, agora, andando de um lado para o outro, quando Bella saiu de seu quarto.
- Eu me arrumei o mais depressa possível. Você não precisava ficar me esperando. Eu poderia pegar um táxi.
Edward virou-se ao som da voz dela, e por alguns segundos ficou imóvel, os olhos fixos...
- Que tal estou?  - perguntou Bella, nervosa.

Sem comentários: